sexta-feira, 20 de maio de 2011

1º Juíza Negra do Brasil -Mulher, Negra e Pobre



Foi naqueles dias em que o controle remoto na mão em busca de algum programa que chame atenção que me deparei com o quadro, Grandes Mulheres, na TV Gazeta e tomei conhecimento de uma personagem chamada Luislinda de Valois, de cabelos rastafári, tratava-se da primeira juíza negra do Brasil.

Durante a entrevista a mesma ainda se emociona quando fala do racismo sofrido aos sete anos de idade por um professor que de certo modo transformou esta situação em momento de superação.

De acordo com o relato de Luislinda Valois ao chegar à sala de aula e entregar o material comprado para as aulas o professor diz: “menina se você não tem como comprar o material adequado vá para casa aprender a fazer feijoada para trabalhar em casa de branco”.

Diante do acontecido Luislinda após alguns minutos de ter se retirado da sala chorando retorna e diz ao professor: “olha professor eu não vou deixar de estudar para fazer feijoada em casa de branca eu vou ser juíza e voltar aqui para lhe prender por racismo”.
Saliento que este fato ocorreu na Bahia estado brasileiro que tem 85% da população negra.

Uma trajetória nada fácil para uma mulher, negra e pobre, mas que buscou superar os obstáculos e foi atrás de oportunidades transformando-se na primeira juíza negra no Brasil. O curioso ainda na sua biografia foi sua primeira sentença por tratar-se de crime de racismo.

Mesmo após ocupar o cargo de juíza e que conseqüentemente elevou seu estatus social  não abandonou suas origens abraçou a causa dos PPP(s) ( pobre, petro e da Periferia) como ela denomina. Com sua opção de luta por justiça social principalmente pelos pobres e negros foi vitima de ameaças e até mesmo de seqüestro conforme relato de sua entrevista.

Sem duvidas são exemplos como estes de Luislinda que nos fazem acreditar que justiça brasileira  ainda pode deixar de ser privilégios de poucos e somar na luta pela justiça social e contra a impunidade.


 Livro - Negro no Século XXI
Com sensibilidade ímpar para entender a necessidade mais básica da alma humana ? ser acolhida, a autora compreendeu o real sentido do amor crístico: acolher amorosamente. Pode parecer até fácil de dizer e entender, mas, acreditem, é algo de difícil prática, principalmente em uma sociedade alicerçada em estereótipos dos mais diversos e ininteligíveis.
Estereótipos que segregam as pessoas e as classificam em aceitáveis ou inaceitáveis, ignorando a verdadeira natureza humana que é a diferenciação. O ser diferente é inerente à nossa natureza, entretanto a violência segregacionista se instala de forma indelével até mesmo em discursos aparentemente inofensivos e politicamente corretos. Com uma capacidade intelectual privilegiada, a nossa Ruy Barbosa de saia, como já foi apropriadamente classificada, a magistrada Luislinda de Valois lança luzes onde, na rotina do dia a dia, as trevas do discernimento torto ofuscam a verdade




Veja o video  depoimento de Luislinda Valois






Um comentário:

  1. E uma isentivo pra todo, ela demostra superação e fossa de vontade .

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