quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Por que ler os clássicos, segundo Ítalo Calvino



Abaixo alguns trechos do Texto de Ítalo Calvino - "Por que ler os Clássicos" - publicado no Brasil, pela Companhia das letras: 

1-Os Clássicos são aqueles livros dos quais, em geral, se ouve dizer: ''estou relendo...'' e nunca ''estou lendo...''.
2- Dizem-se clássicos aqueles livros que constituem uma riqueza para quem os tenha lido e amado; mas constituem uma riqueza não menor para quem se reserva a sorte de lê-los pela primeira vez nas melhores condições para apreciá-los.
3-Os clássicos são livos que exercem uma  influência  particular  quando se impõem como  inesquecíveis e também quando se ocultam  nas dobras da memória, mimetizando-se como inconsciente  coletivo ou individual.
4- Toda releitura de um clássico é uma leitura de descoberta, como a primeira.
5- Toda primeira leitura de um clássico é, na realidade, uma releitura.
6- Um clássico é um livro que nunca terminou aquilo que tinha para dizer.
7-Os clássicos  são aqueles livros que chegam até nós, trazendo consigo as marcas das leitura que precederam a nossa e atrás de si os traços que deixaram na cultura ou nas culturas que atravessaram (ou, mais simplesmente,  na linguagem  ou nos costumes).
8-  Um clássico é uma  obra  que provoca incessantemente uma nuvem de discursos críticos sobre si, mas continuamente a repele para longe.
9-Os clássicos são livros que, quanto mais pensamos em conhecer por ouvir dizer, quando são lidos de fato, mais se revelam novos, inesperados, inéditos.
10- Chama-se de clássico um livro que se configura como equivalente do universo, à semelhança dos antigos talismãs.
11- O ''seu'' clássico é aquele que não pode ser-lhe indiferente e que serve para definir a você próprio em relação e talvez em constraste com ele.
12- Um clássico é um livro que vem antes de outros clássicos; mas quem leu antes os outros e depois lê aquele reconhece logo o seu lugar na genealogia.
13-É clássico aquilo que tende a relegar as atualidades à posição de barulho de fundo, mas ao mesmo  tempo nao pode prescindir  desse  barulho  de fundo.
14-É clássico aquilo que persiste como rumor mesmo onde predomina a atualidade mais incompatível.

domingo, 11 de setembro de 2011

Na Era do medo a barbárie será Televisionada




Neste domingo, 11 de setembro de 2011, o mundo inteiro se dedica a homenagear as vítimas dos atentados, a refletir sobre as milhares de outras vítimas das invasões norte-americanas e a tentar compreender o que mudou – e o que deve mudar – no mundo.

Será que a humanidade mudou tanto assim com o 11 de Setembro? Ou a diferença é simplesmente que as mortes, daquela vez, aconteceram em solo americano e em maior proporção? No primeiro momento não  parecia que algo mudava no mundo, exceto algumas expressões que aos poucos eram embutidas em nosso vocabulário, como “terrorismo”, “Al Qaeda”, “Osama Bin Laden”.

Com auxilio da mídia hegemônica, em especial a norte-americana, transformou-se o pós-11 de setembro em uma luta do “bem” contra o “mal. Justificando  que os Estados Unidos – o “bem” – faça e desfaça amigos no mundo árabe na conveniência de seus interesses estratégicos. Os Estados Unidos se lançaram a guerras por “liberdade” no Oriente Médio, invadiram países, mataram Saddam Hussein e Osama Bin Laden, ao mesmo tempo em que o próprio país entrava em uma profunda crise econômica. 

Dentro do discurso único construído e propagado pela mídia, insistimos em colocar lentes distorcidas para enxergar o 11 DE SETEMBRO, onde, de repente, todos parecem bárbaros.

Entre mortos e feridos, o 11 de setembro representa a vulnerabilidade dos EUA, mas também sua capacidade hollywoodiana de construir uma propaganda ao seu favor.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Redes Sociais e Politica





Em tempos de ausência de ideologias e falta de engajamento, a internet se mostra uma forte aliada na luta por uma política mais eficaz e uma democracia mais coerente.

O mundo virtual, que para muitos parece apenas um lugar de entretenimento e até mesmo de alienação, começa agora a ser entendido e aceito também como um espaço de engajamento, atitude e cobrança política. Seja por meio de abaixo-assinado, petição online ou até por manifestações organizadas, a internet vem se mostrando um ambiente propício ao debate político em sua essência.
Hoje podemos identificar diversos sites como o Avaaz.org e o Petição Pública que hospedam abaixo-assinados sobre os mais variados temas e ajudam a pautar a agenda de votações políticas em  Brasília.
O uso crescente das tecnologias de informação tem impulsionado o desenvolvimento de um novo modo de se fazer política.
Nesse contexto, a sociedade parece se reinventar. A primavera árabe, as manifestações populares na Grécia e na Espanha e a mobilização da sociedade brasileira pela Liberdade de Expressão, o apoio à greve dos bombeiros do Rio de Janeiro e as manifestações em prol ao Direitos dos Homossexuais nascem e ganham força em um novo espaço público: a Agora Virtual, instituída através de redes de relacionamento, como o Facebook, o Orkut e o Twitter.
Paralelamente, os jovens de nosso tempo, embora ainda carreguem a  rebeldia e o espírito questionador que lhes é próprio, já não se  sentem seduzidos pela política em seu modelo tradicional e buscam  novas formas de participar das transformações sociais que sejam capazes de dar conta de suas expectativas. 
Nesse sentido,fica o questionamento,estaríamos vivenciando a  superação das instituições políticas tradicionais, dando lugar a  uma forma  de participação da sociedade nas questões que envolvem os interesses coletivos ?