quinta-feira, 16 de junho de 2011

Para que Filosofia? Ou Um Convite a Filosofia

 “Para que Filosofia?”, tem a sua razão de ser.

É uma pergunta interessante. Não vemos nem ouvimos ninguém perguntar, por exemplo, para que matemática ou física? Para que geografia ou geologia? Para que história ? Para que biologia ou psicologia? Para que astronomia ou química? Para que pintura, literatura, música ou dança? Mas todo mundo acha muito natural perguntar: Para que Filosofia?

Em nossa cultura e em nossa sociedade, costumamos considerar que alguma coisa só tem o direito de existir se tiver alguma finalidade prática, muito visível e de utilidade imediata.



É por ter assumido esta perspectiva que Marilena Chauí enfrenta uma questão que não costuma ser levada a sério: para que serve a filosofia? A autora, ousadamente, afirma que a filosofia "proclama o direito de ser inútil", se entendermos como útil algo que proporciona riquezas, fama ou vantagens desta natureza. Mas se considerarmos útil aquilo que nos liberta da ignorância e do preconceito, o que nos permite criticar os poderes estabelecidos de qualquer natureza, o que possibilita compreender o sentido das ações e da história dos homens, então a filosofia, diz a autora, "é o mais útil de todos os saberes".
  
As evidências do cotidiano

Em nossa vida cotidiana, afirmamos, negamos, desejamos, aceitamos ou recusamos coisas, pessoas, situações. Fazemos perguntas como "que horas são?", ou "que dia é hoje?". Dizemos frases como "ele está sonhando", ou "ela ficou maluca". Fazemos afirmações como "onde há fumaça, há fogo", ou "não saia na chuva para não se resfriar". Avaliamos coisas e pessoas, dizendo, por exemplo, "esta casa é mais bonita do que a outra" e "Maria está mais jovem do que Glorinha".

Vejamos um pouco mais de perto o que dizemos em nosso cotidiano.

Quando avaliamos que uma casa é mais bonita do que a outra, ou que Maria está mais jovem do que Glorinha, acreditamos que as coisas, as pessoas, as situações, os fatos podem ser comparados e avaliados, julgados pela qualidade (bonito, feio, bom, ruim) ou pela quantidade (mais, menos, maior, menor). Julgamos, assim, que a qualidade e a quantidade existem, que podemos conhecê-las e usá-las em nossa vida.
Se, por exemplo, dissermos que "o sol é maior do que o vemos", também estamos acreditando que nossa percepção alcança as coisas de modos diferentes, ora tais como são em si mesmas, ora tais como nos aparecem, dependendo da distância, de nossas condições de visibilidade ou da localização e do movimento dos objetos.
Acreditamos, portanto, que o espaço existe, possui qualidades (perto, longe, alto, baixo) e quantidades, podendo ser medido (comprimento, largura, altura). No exemplo do sol, também se nota que acreditamos que nossa visão pode ver as coisas diferentemente do que elas são, mas nem por isso diremos que estamos sonhando ou que ficamos malucos.
Numa disputa, quando os ânimos estão exaltados, um dos contendores pode gritar ao outro: "Mentiroso! Eu estava lá e não foi isso o que aconteceu", e alguém, querendo acalmar a briga, pode dizer: "Vamos ser objetivos, cada um diga o que viu e vamos nos entender".
Também é comum ouvirmos os pais e amigos dizerem que somos muito subjetivos quando o assunto é o namorado ou a namorada. Freqüentemente, quando aprovamos uma pessoa, o que ela diz, como ela age, dizemos que essa pessoa "é legal".
Na briga, quando uma terceira pessoa pede às outras duas para que sejam "objetivas" ou quando falamos dos namorados como sendo "muito subjetivos", também estamos cheios de crenças silenciosas. Acreditamos que quando alguém quer defender muito intensamente um ponto de vista, uma preferência, uma opinião, até brigando por isso, ou quando sente um grande afeto por outra pessoa, esse alguém "perde" a objetividade, ficando "muito subjetivo".
Com isso, acreditamos que a objetividade é uma atitude imparcial que alcança as coisas tais como são verdadeiramente, enquanto a subjetividade é uma atitude parcial, pessoal, ditada por sentimentos variados (amor, ódio, medo, desejo). Assim, não só acreditamos que a objetividade e a subjetividade existem, como ainda acreditamos que são diferentes e que a primeira não deforma a realidade, enquanto a segunda, voluntária ou involuntariamente, a deforma.
Ao dizermos que alguém "é legal" porque tem os mesmos gostos, as mesmas idéias, respeita ou despreza as mesmas coisas que nós e tem atitudes, hábitos e costumes muito parecidos com os nossos, estamos, silenciosamente, acreditando que a vida com as outras pessoas - família, amigos, escola, trabalho, sociedade, política - nos faz semelhantes ou diferentes em decorrência de normas e valores morais, políticos, religiosos e artísticos, regras de conduta, finalidades de vida.
Achando óbvio que todos os seres humanos seguem regras e normas de conduta, possuem valores morais, religiosos, políticos, artísticos, vivem na companhia de seus semelhantes e procuram distanciar-se dos diferentes dos quais discordam e com os quais entram em conflito, acreditamos que somos seres sociais, morais e racionais, pois regras, normas, valores, finalidades só podem ser estabelecidos por seres conscientes e dotados de raciocínio.
Como se pode notar, nossa vida cotidiana é toda feita de crenças silenciosas, da aceitação tácita de evidências que nunca questionamos porque nos parecem naturais, óbvias. Cremos no espaço, no tempo, na realidade, na qualidade, na quantidade, na verdade, na diferença entre realidade e sonho ou loucura, entre verdade e mentira; cremos também na objetividade e na diferença entre ela e a subjetividade, na existência da vontade, da liberdade, do bem e do mal, da moral, da sociedade.

A atitude filosófica

Imaginemos, agora, alguém que tomasse uma decisão muito estranha e começasse a fazer perguntas inesperadas. Em vez de "que horas são?" ou "que dia é hoje?", perguntasse: O que é o tempo? Em vez de dizer "está sonhando" ou "ficou maluca", quisesse saber: O que é o sonho? A loucura? A razão?
Em vez de gritar “mentiroso!”, questionasse: O que é a verdade? O que é o falso? O que é o erro? O que é a mentira? Quando existe verdade e por quê? Quando existe ilusão e por quê?
Se, em vez de falar na subjetividade dos namorados, inquirisse: O que é o amor? O que é o desejo? O que são os sentimentos?
Se, em lugar de discorrer tranqüilamente sobre “maior” e “menor” ou “claro” e “escuro”, resolvesse investigar: O que é a quantidade? O que é a qualidade?
E se, em vez de afirmar que gosta de alguém porque possui as mesmas idéias, os mesmos gostos, as mesmas preferências e os mesmos valores, preferisse analisar: O que é um valor? O que é um valor moral? O que é um valor artístico? O que é a moral? O que é a vontade? O que é a liberdade?

Alguém que tomasse essa decisão, estaria tomando distância da vida cotidiana e de si mesmo, teria passado a indagar o que são as crenças e os sentimentos que alimentam, silenciosamente, nossa existência.
Ao tomar essa distância, estaria interrogando a si mesmo, desejando conhecer por que cremos no que cremos, por que sentimos o que sentimos e o que são nossas crenças e nossos sentimentos. Esse alguém estaria começando a adotar o que chamamos de atitude filosófica.

Assim, uma primeira resposta à pergunta “O que é Filosofia?” poderia ser: A decisão de não aceitar como óbvias e evidentes as coisas, as idéias, os fatos, as situações, os valores, os comportamentos de nossa existência cotidiana; jamais aceitá-los sem antes havê-los investigado e compreendido.

A atitude crítica
A primeira característica da atitude filosófica é negativa, isto é, um dizer não ao senso comum, aos pré-conceitos, aos pré-juízos, aos fatos e às idéias da experiência cotidiana, ao que “todo mundo diz e pensa”, ao estabelecido.
A segunda característica da atitude filosófica é positiva, isto é, uma interrogação sobre o que são as coisas, as idéias, os fatos, as situações, os comportamentos, os valores, nós mesmos. É também uma interrogação sobre o porquê disso tudo e de nós, e uma interrogação sobre como tudo isso é assim e não de outra maneira. O que é? Por que é? Como é? Essas são as indagações fundamentais da atitude filosófica.
A face negativa e a face positiva da atitude filosófica constituem o que chamamos de atitude crítica e pensamento crítico.
A Filosofia começa dizendo não às crenças e aos preconceitos do senso comum e, portanto, começa dizendo que não sabemos o que imaginávamos saber; por isso, o patrono da Filosofia, o grego Sócrates, afirmava que a primeira e fundamental verdade filosófica é dizer: “Sei que nada sei”. Para o discípulo de Sócrates, o filósofo grego Platão, a Filosofia começa com a admiração; já o discípulo de Platão, o filósofo Aristóteles, acreditava que a Filosofia começa com o espanto.
Admiração e espanto significam: tomamos distância do nosso mundo costumeiro, através de nosso pensamento, olhando-o como se nunca o tivéssemos visto antes, como se não tivéssemos tido família, amigos, professores, livros e outros meios de comunicação que nos tivessem dito o que o mundo é; como se estivéssemos acabando de nascer para o mundo e para nós mesmos e precisássemos perguntar o que é, por que é e como é o mundo, e precisássemos perguntar também o que somos, por que somos e como somos

Perguntaram, certa vez, a um filósofo: “Para que Filosofia?”. E ele respondeu: “Para não darmos nossa aceitação imediata às coisas, sem maiores considerações”.

Texto adaptado de Marilena Chauí do livro: “Convite à Filosofia”

terça-feira, 14 de junho de 2011

A Construção da Igualdade - História da Resistência Negra no Brasil

A demanda da comunidade afro-brasileira por reconhecimento, valorização e afirmação de direitos, no que diz respeito à educação, passou a ser particularmente apoiada com a promulgação da Lei 10639/2003, que alterou a Lei 9394/1996, estabelecendo a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileiras e africanas

"A Construção da Igualdade -- História da Resistência Negra no Brasil", o vídeo contribui na a aplicação da Lei nº 10.639, que torna obrigatória a inclusão, no currículo das escolas, o estudo da História da África e Cultura Afro-brasileira. Trás depoimentos de acadêmicos, escritores, artistas em geral e ações do movimento negro.





Reconhecimento implica justiça e iguais direitos sociais, civis, culturais e econômicos, bem como valorização da diversidade daquilo que distingue os negros dos outros grupos que compõem a população brasileira. E isto requer mudança nos discursos, raciocínios, lógicas, gestos, posturas, modo de tratar as pessoas negras. Requer também que se conheça a sua história e cultura apresentadas, explicadas, buscando-se especificamente desconstruir o mito da democracia racial na sociedade brasileira; mito este que difunde a crença de que, se os negros não atingem os mesmos patamares que os não negros, é por falta de competência ou de interesse, desconsiderando as desigualdades seculares que a estrutura social hierárquica cria com prejuízos para os negros.





terça-feira, 7 de junho de 2011

O Que é Sociologia - ANTHONY GIDDENS


Começo do século XXI, período marcado por mudanças. Possibilidades da humanidade controlar seus destinos, moldar as vidas para melhor. Mas “como esse mundo surgiu? Por que nossas condições de vida são tão diferentes daquelas de nossos pais e avós? Que direção as mudanças tomarão no futuro? Essas questões são a principal preocupação da sociologia. (p. 24) − “A abrangência do estudo sociológico é extremamente vasta, incluindo desde a análise de encontros ocasionais entre indivíduos na rua até a investigação de processos sociais globais” (p. 24) − a sociologia explica que os “dados” da nossa vida são fortemente influenciados por forças históricas e sociais; entender estas influências é fundamental para a abordagem sociológica. − “Aprender a pensar sociologicamente – olhando – em outras palavras, de forma mais ampla – significa cultivar a imaginação. 

Aprender a pensar sociologicamente - em outras palavras, usar um enfoque mais amplo- significa cultivar a imaginação. O trabalho sociológico depende de algo que o autor americano Wright Mills, em uma célebre expressão, denominou de imaginação sociológica (Mills, 1970).
A imaginação sociológica nos pede, sobretudo, que sejamos capazes de pensar nos distanciando das rotinas familiares de nossas vidas cotidianas, para poder vê-las como se fossem algo novo.

Uma pausa para o cafezinho. O que Anthony Giddes, do ponto de vista sociológico, tem a nós dizer sobre o ato de beber um cafezinho. Acerca de um comportamento aparentemente tão desinteressante?


Podemos começar por notar que o café não é meramente uma bebida. Enquanto parte das nossas atividades sociais quotidianas possui um valor simbólico. O ritual associado ao ato de tomar café é freqüentemente muito mais importante que o consumo de café propriamente dito. Duas pessoas que combinam encontrar-se para tomar café estarão provavelmente mais interessadas em estarem juntas e conversarem do que em beber, de fato, café. Em todas as sociedades, na realidade, beber e comer proporciona ocasiões para a interação social e o desempenho de rituais – e tal fornece temáticas ricas para o estudo sociológico.
Em segundo lugar, o café é uma droga, pois contém cafeína, que exerce no cérebro um efeito estimulante. Os adictos em café não são vistos pela maioria das pessoas no Ocidente como consumidores de droga. O café, tal como o álcool, é uma droga socialmente aceitável, enquanto a marijuana, por exemplo, não o é. No entanto, há sociedade que permitem o consumo de marijuana e mesmo de cocaína, mas desaprovam tanto o café como o álcool. Os sociólogos estão interessados nas razões pelas quais estes contrastes existem.
Em terceiro lugar, um indivíduo que bebe uma chávena de café está envolvido numa complicada rede de relações sociais e econômicas de dimensão internacional. O café é um produto que liga as pessoas de algumas das partes mais ricas e mais pobres do planeta: é consumido em grande quantidade nos países ricos, mas cultivado fundamentalmente nos pobres. Depois do petróleo, o café é a mercadoria mais valiosa do comércio internacional, representando a principal exportação de muitos países. A produção, transporte e distribuição do café implicam transações constantes que envolvem pessoas a milhares de quilômetros dos consumidores. Estudar estas transações globais é uma tarefa importante na sociologia, na medida em que muitos aspectos das nossas vidas são hoje afetados por influências sociais e comunicações a nível mundial.
Em quarto lugar, o ato de beber uma chávena de café pressupõe todo um processo de desenvolvimento social e econômico passado. Com outros artigos hoje familiares nas dietas ocidentais – como o chá, as bananas, as batatas e o açúcar – o café tornou-se um produto de consumo generalizado somente nos finais do século XIX. Embora seja uma bebida originária do Médio Oriente o seu consumo maciço data do período da expansão colonial ocidental, há cerca de um século e meio atrás. Praticamente todo o café que se bebe nos países ocidentais provém de áreas colonizadas pelos europeus; não é de maneira nenhuma, um elemento “natural” da dieta ocidental. A herança colonial teve um impacto enorme sobre o desenvolvimento do comércio mundial de café.
Em quinto lugar, o café é um produto que está no centro do debate atual em torno da globalização, do comércio mundial, dos direitos humanos e da destruição ambiental. À medida que o café aumentou a sua popularidade, tornou-se um produto politizado e um assunto de marketing: as escolhas dos consumidores sobre que tipo de café e onde comprar tornaram-se opções de estilo de vida. As pessoas podem escolher beber apenas café orgânico, café descafeinado naturalmente ou café comerciado a preços “justos” (através de esquemas que pagam o total do preço de mercado a pequenos produtores de café em países em vias de desenvolvimento). Podem optar por apoiar cafeterias “independentes”, em vez das cadeias internacionais de cafeterias como a “Starbucks”. Os consumidores de café podem decidir boicotar café proveniente de determinados países onde haja pouco respeito pelos direitos humanos e o ambiente natural. “Para os sociólogos, é interessante perceber de que forma a globalização aumenta a consciência das pessoas acerca de questões que se passam em pontes remotas do planeta, incentivando-as a atuar no dia-a-dia em função desse novo conhecimento.”



Resenha:

GIDDENS, ANTHONY. Sociologia. 4 ed. Porto Alegre:Editora Artmed,2005 ,p. 24-27














sábado, 4 de junho de 2011

Meio Ambiente: Consumidor verde e desenvolvimento sustentável



“A historia é um profeta com o olhar voltado para trás: pelo que foi e contra o que foi, anuncia o que será.” Eduardo Galeano






O Dia Mundial do Meio Ambiente foi estabelecido pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 1972 marcando a abertura da Conferência de Estocolmo sobre Ambiente Humano. Com os acontecimentos dos últimos anos o discurso de que os desastres são problemas da natureza, controlada apenas por Deus, de que fenômenos da natureza não têm culpa  ou que os culpados são aqueles que vão morar em áreas de risco, e outras desculpas mais, já começam a entrar em descrédito entre a população. A questão ambiental deixa de ser apenas uma luta do “eco-chato” e amplia a discussão sobre este tema.

                Por outro lado o discurso dos grandes líderes mundiais que todos os anos realizam conferências para resolver os problemas ambientais e, se mostram incapazes de chegar a qualquer acordo, pois suas prioridades estão relacionadas a medidas que permita a obtenção de altos lucros. Essas duas questões são incompatíveis.

                Estudos nos dão conta que o modelo desenvolvimento econômico e sustentável esta relacionado às conseqüências do desequilíbrio provocado pela exploração irresponsável, incontrolável e irracional dos recursos naturais.
                Com a necessidade de pensar sobre o desenvolvimento econômico de forma séria, considerando os impactos sobre a natureza. Como resposta a essa discussão criou-se o famoso conceito "Desenvolvimento Sustentável" ¹, contrario ao sistema que vivemos, onde os valores são o consumo, o lucro e o individualismo.
               
                No discurso oficial surge o “Consumidor Verde” ameaçado pela proposta de redução do consumo ao que se propunha  ambiental ismo original. De acordo com alguns estudiosos por causa do nosso modelo de produção deixamos de ser cidadãos e seres racionais e somos levados como marionetes pela mídia e pelo fetichismo das mercadorias. São os objetos que nos controlam e perdemos o autocontrole e a capacidade de dizer não ao supérfluo. Até as nossas crianças narcotizadas pelo sistema vigente aprendem muito cedo o verbo comprar, mas desconhecem o verbo partilhar.

                Nesta perspectiva ameaçada pela proposta de redução do consumo é apresentada a proposta de modificação dos padrões de consumo através da invenção semântica do "consumidor verde". Deixando de enfocar aspectos como a descartabilidade, a obsolescência planejada e a redução do consumo enfatizam a reciclagem, o uso de tecnologias limpas, a redução do desperdício e o incremento de um mercado consumidor verde.
                O consumo verde, ao contrário de promover um enfrentamento da questão da esgotabilidade dos recursos naturais, atende à continuidade dos privilégios deste modelo de sociedade.

                A partir destas reflexões, podemos suspeitar também que o chamado "consumo verde" atende o discurso oficial responsabilizando exclusivamente o consumidor, enquanto atenuam a responsabilização do sistema de produção e reforçam a ética individual em detrimento da ética coletiva.


                Assim, Nosso objetivo é trazer uma reflexão crítica a nosso modelo civilizacional, mostrando que o mesmo demonstrou-se incapaz de assegurar o bem-estar da humanidade e da Terra. E que precisamos criar uma civilização mais solidária, ética e consciente. Estamos num momento crítico. Ou mudamos o paradigma vigente que é de morte, desperdício, consumismo exacerbado e implantamos um novo paradigma, ou seja, uma nova relação com a natureza, com a terra e com o homem.



(1) Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações.