sábado, 4 de junho de 2011

Meio Ambiente: Consumidor verde e desenvolvimento sustentável



“A historia é um profeta com o olhar voltado para trás: pelo que foi e contra o que foi, anuncia o que será.” Eduardo Galeano






O Dia Mundial do Meio Ambiente foi estabelecido pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 1972 marcando a abertura da Conferência de Estocolmo sobre Ambiente Humano. Com os acontecimentos dos últimos anos o discurso de que os desastres são problemas da natureza, controlada apenas por Deus, de que fenômenos da natureza não têm culpa  ou que os culpados são aqueles que vão morar em áreas de risco, e outras desculpas mais, já começam a entrar em descrédito entre a população. A questão ambiental deixa de ser apenas uma luta do “eco-chato” e amplia a discussão sobre este tema.

                Por outro lado o discurso dos grandes líderes mundiais que todos os anos realizam conferências para resolver os problemas ambientais e, se mostram incapazes de chegar a qualquer acordo, pois suas prioridades estão relacionadas a medidas que permita a obtenção de altos lucros. Essas duas questões são incompatíveis.

                Estudos nos dão conta que o modelo desenvolvimento econômico e sustentável esta relacionado às conseqüências do desequilíbrio provocado pela exploração irresponsável, incontrolável e irracional dos recursos naturais.
                Com a necessidade de pensar sobre o desenvolvimento econômico de forma séria, considerando os impactos sobre a natureza. Como resposta a essa discussão criou-se o famoso conceito "Desenvolvimento Sustentável" ¹, contrario ao sistema que vivemos, onde os valores são o consumo, o lucro e o individualismo.
               
                No discurso oficial surge o “Consumidor Verde” ameaçado pela proposta de redução do consumo ao que se propunha  ambiental ismo original. De acordo com alguns estudiosos por causa do nosso modelo de produção deixamos de ser cidadãos e seres racionais e somos levados como marionetes pela mídia e pelo fetichismo das mercadorias. São os objetos que nos controlam e perdemos o autocontrole e a capacidade de dizer não ao supérfluo. Até as nossas crianças narcotizadas pelo sistema vigente aprendem muito cedo o verbo comprar, mas desconhecem o verbo partilhar.

                Nesta perspectiva ameaçada pela proposta de redução do consumo é apresentada a proposta de modificação dos padrões de consumo através da invenção semântica do "consumidor verde". Deixando de enfocar aspectos como a descartabilidade, a obsolescência planejada e a redução do consumo enfatizam a reciclagem, o uso de tecnologias limpas, a redução do desperdício e o incremento de um mercado consumidor verde.
                O consumo verde, ao contrário de promover um enfrentamento da questão da esgotabilidade dos recursos naturais, atende à continuidade dos privilégios deste modelo de sociedade.

                A partir destas reflexões, podemos suspeitar também que o chamado "consumo verde" atende o discurso oficial responsabilizando exclusivamente o consumidor, enquanto atenuam a responsabilização do sistema de produção e reforçam a ética individual em detrimento da ética coletiva.


                Assim, Nosso objetivo é trazer uma reflexão crítica a nosso modelo civilizacional, mostrando que o mesmo demonstrou-se incapaz de assegurar o bem-estar da humanidade e da Terra. E que precisamos criar uma civilização mais solidária, ética e consciente. Estamos num momento crítico. Ou mudamos o paradigma vigente que é de morte, desperdício, consumismo exacerbado e implantamos um novo paradigma, ou seja, uma nova relação com a natureza, com a terra e com o homem.



(1) Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações.



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